O persistente sucesso do agro brasileiro
Apesar das frustrações climáticas das duas últimas temporadas na região Sul, a produção agrícola do Brasil não recuou, quase sempre superando a da safra anterior. A principal responsável por esta façanha é a soja, cuja área cultivada tem superado a da safra anterior em todos os anos, ao longo dos últimos 15 anos.
12 de abril de 2022 às 14h08
 
 
Amélio Dall’Agnol, pesquisador da Embrapa Soja

Apesar das frustrações climáticas das duas últimas temporadas na região Sul, a produção agrícola do Brasil não recuou, quase sempre superando a da safra anterior. A principal responsável por esta façanha é a soja, cuja área cultivada tem superado a da safra anterior em todos os anos, ao longo dos últimos 15 anos. Como o milho acompanha o crescimento da soja, sua área também aumentou juntamente com a da oleaginosa. As duas culturas juntas respondem por cerca de 80% da produção brasileira de grãos, elevando o Brasil à condição de líder global da produção e das exportações de soja, assim como 3º produtor e 2º exportador mundial de milho.

E não é apenas o preço da soja e do milho que está bombando. Carnes, café, açúcar, celulose, trigo, arroz, algodão, mandioca, entre outros, também estão faturando alto. O complexo soja lidera com mais de 30% os ingressos financeiros auferidos com as exportações, seguido pelas carnes, cereais, complexo sucroalcooleiro e produtos florestais. Juntos, estes cinco produtos perfazem mais de 80% do valor embarcado para o exterior, pelo Brasil.

Sendo o Brasil um grande produtor de soja e milho, grãos que constituem a principal matéria prima para a produção de carnes, o País lidera as exportações de carne bovina, assim como também é o 2º produtor e 1º exportador mundial de carne de frango e 4º exportador de carne suína. Esta dinâmica do agro brasileiro tem preocupado nossos concorrentes que enfrentam dificuldades cada vez maiores para competir com a eficiência e agressividade da nossa agropecuária, pondo-se a critica-la com o argumento de que nossa grande produção é resultado de desmatamentos amazônicos, o que não é verdade. Mas o Brasil não pode abalar-se com essas críticas desprovidas da realidade e deve continuar na sua trajetória vitoriosa iniciada nos anos 1970, tendo a soja como motor dessa caminhada de sucesso.
O campo está em festa. A produção está boa e os preços estão compensadores, como nunca estiveram. Mas atenção, porque assim como as commodities estão em alta, o mesmo acontece com os insumos de produção; fertilizantes, em especial, para os quais o Brasil depende em cerca de 80% das suas necessidades.

Seria difícil imaginar algum tempo atrás que, em plena crise da pandemia do coronavírus, poderíamos vivenciar uma situação de euforia no campo. Mas é o que está acontecendo e certamente isto desencadeará uma corrida atrás de mais terras agricultáveis, para o que se sugere optar, preferencialmente, por áreas de pastagens degradadas ou substituindo culturas menos rentáveis; soja no lugar de canaviais improdutivos, por exemplo. Nunca buscando a desnecessária via do desmatamento.
Mas cuidado, produtor, porque bonanças e carestias se alternam nas lavouras. Ganhar o dinheiro sempre foi mais difícil do que gastá-lo. Agora é o momento certo para guardar sobras para momentos de crise. Ter liquidez em momentos de incertezas é um seguro essencial para a sobrevivência no campo.

Fonte: https://blogs.canalrural.com.br/embrapasoja/2022/04/12/o-persistente-sucesso-do-agro-brasileiro/

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